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Fala Dom Eugênio
Comentários : Fonte: Recados do Aarão
Teologia da Libertação
Cardeal Eugenio Sales comenta fala recente do Papa sobre
o tema
RIO DE
JANEIRO, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).-
Apresentamos o artigo que o cardeal Eugenio de Araujo Sales, arcebispo emérito
do Rio de Janeiro, difundiu esta quarta-feira no portal da arquidiocese do Rio,
abordando o tema da Teologia da Libertação.
* * *
Erros de certas T.L.
O apelo urgente que o Papa Bento XVI endereçava aos
Bispos dos Regionais 3 e 4 da CNBB, em visita “ad límina”
a 5 de dezembro 2009, não se limitou aos Bispos que estavam presentes, mas,
como sempre nessas visitas, se dirige ao Episcopado inteiro e a toda a Igreja
no Brasil.
1.
O Santo Padre lembrou as circunstâncias prementes que, 25 anos atrás, exigiam
uma clara orientação da Santa Sé no Documento “Libertatis
Nuntius”. Este, já na primeira linha, afirma que “o
Evangelho é a mensagem da liberdade e a força da libertação”. Daquele
documento, a Igreja recebia grande luz; mas não faltava a animosidade dos que
queriam obscurecer e difamar essa doutrina.
2.
Com palavras claras e sempre muito mais convidativas para uma reflexão serena
do que repreensivas, o Papa lembrou a gravidade da crise, provocada, também e
essencialmente na Igreja no Brasil, por uma teologia que tinha,
em seu início, motivos ideais, mas que se entregou a princípios enganadores.
Tais rumos doutrinários da Teologia chamavam-se Teologia da Libertação.
3.
A alocução do Papa aos Bispos dos Regionais Sul 3 e 4
é uma mensagem que envolve a autoridade apostólica do Supremo Pastor e o bem
evangélico da Igreja entre nós. Por isso, urge que todos os pastores acolham a palavra
do Papa e se lembrem daquela crise, que tornava quase impossível, mesmo em
ambientes às vezes de alto nível eclesiástico, o diálogo e a discussão serena.
Hoje ainda, a Igreja no Brasil, em alguns lugares, sofre consequências
dolorosas daqueles desvios.
4.
Ao relativizar, silenciar ou até hostilizar partes essenciais do “depósito da
fé”, a Teologia da Libertação negligenciava “a regra suprema da Fé da Igreja,
que provém da unidade que o Espírito Santo estabeleceu entre a Tradição, a
Sagrada Escritura e o Magistério vivo”, diz Bento XVI, citando as palavras do
Papa João Paulo II (“Fides et Ratio”, 55). “Os três
não podem subsistir independentes” entre si. – Por isso, hoje ainda, as sequelas da Teologia da Libertação se mostram
essencialmente ao nível da Eclesiologia, ao nível da vida e da união da Igreja.
A Igreja continua enfraquecida, em algumas partes, pela “rebelião, divisão,
dissenso, ofensa e anarquia” (mensagem de Bento XVI). Diz o Santo Padre:
Cria-se assim “nas vossas comunidades diocesanas grande
sofrimento e grave perda de forças vivas” (Bento XVI, idem).
5.
Já no documento “Libertatis Nuntius”,
do ano 1984, o Papa João Paulo II e a Congregação da Doutrina da Fé, presidida
pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, quis “estender a
mão” e oferecer a clara e “benigna luz” da divina fé e da comunhão viva que o
Espírito Santo dá à Igreja (Bento XVI, ibd).
6.
Com palavras concisas e fortes, o documento “Libertatis
Nuntius” sobre a falava da
justa “aspiração à libertação como um dos principais sinais” do tempo moderno.
Especialmente “nos povos que experimentam o peso da miséria”, com suas massas
deserdadas, ofendidas na sua profunda dignidade (cf. LN I,1-2).
“O escândalo das gritantes desigualdades entre ricos e pobres já não é
tolerado”. “Abundância jamais vista, de um lado, e, do outro, vive-se ainda
numa situação de indigência, marcada pela privação dos bens de primeira
necessidade” (I,6).
7.
Infelizmente, certas Teologias da Libertação, as que mais espaço ocupavam na opinião pública, caíram em um grave unilateralismo.
Para o Evangelho da libertação é fundamental a libertação do pecado. Tal
libertação exige “por consequência lógica a
libertação de muitas outras escravidões, de ordem cultural, econômica, social e
política”, todas elas derivadas do pecado. Muitas Teologias da Libertação
afastaram-se deste verdadeiro Evangelho libertador.
8.
Identificaram-se, coisas em si muito boas, com as graves questões sociais,
culturais, econômicas e políticas, mas já não mostrando seu real enraizamento
no Evangelho, embora vagamente citado, e chegaram até a apelar explicitamente à
“análise” marxista. Silenciavam, ou ignoravam, que “na lógica marxista não é
possível dissociar a «análise» da «práxis» e da concepção da história” (VIII,2). Destarte, “a própria concepção da verdade encontra-se
totalmente subvertida” (VIII,4).
9.
Compreende-se que diante da urgência da situação de tantos que – inermes –
sofrem, e diante da insuficiente sensibilidade na consciência pública e nas
estruturas dominantes, devem-se exigir não só palavras retóricas, mas ações que
na prática se comprometem com cada pessoa, com cada comunidade e com a
história.
10.
Mas se este compromisso não se enraíza na dignidade que Deus dá ao homem, tal
Teologia, que se apresenta como Libertadora, é na realidade traidora dos pobres
e de sua real dignidade (Introdução). “Certo número de teses fundamentais (da
TL) não são compatíveis com a concepção cristã do homem” (cf. VIII,8).
11.
O Santo Padre, sabendo que, sob muitos aspectos a Teologia da Libertação está
ultrapassada, sabe também e vê que a Igreja no Brasil sofre ainda devastadoras sequelas de tal desvio doutrinário, propagado longamente
até por gente bem intencionada, mas não capaz de analisar seus falsos
princípios.
12.
É quase um juramento que o Papa conclama os Bispos e agentes de Pastoral de
todo o Brasil: “Que, no âmbito dos entes e comunidades eclesiais, o perdão
oferecido e acolhido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em
nossos corações, ponha fim à tribulação da querida Igreja que peregrina nas
Terras da Santa Cruz” (final da mensagem de Bento XVI).
13.
Cardeal
Eugenio de Araujo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro
COMENTARIOS:
ü
OBS: Eis aí a palavra ponderada de uma autoridade
da Igreja, que realmente toca na ferida mais grave que há na Igreja do Brasil,
porque a fonte de todas as outras feridas. O primeiro germe do desastre oriundo
desta maligna "teologia" - não se pode falar que seja teologia aquilo
que leva para o mundo e para o diabo do comunismo - é sem dúvida a
desobediência contumaz daqueles que seguem a este caminho de mal. Desobedecem
ao Papa, aos documentos da Igreja, e antes de tudo desobedecem a Deus.
ü
O segundo germe revoltoso deste mal é o falso ecumenismo, que transforma o
dialogo interreligioso, numa literal capitulação da
Igreja diante das seitas. Uma coisa é você manter uma política de boa
vizinhança com outros credos, cada um ensinando o seu, sem se atacarem
mutuamente, outra coisa é a Igreja de Jesus aceitar que todos os credos são
bons, todos seguem ao mesmo Deus, quando dizem isso de espíritas e maçons. Isso
jamais é ensinamento do Papa. Nós não podemos abdicar de nada daquilo que a
Igreja conquistou durante dois milênios, e jamais dos Dogmas que são conquistas
imutáveis, eternas e sagradas.
ü
O terceiro e pernicioso broto nefasto que surge desta árvore da anti-teologia é a sua associação com a suja política
partidária, com o comunismo assassino e a luta de classes, que tem trazido
ao mundo somente desgraças, desgostos, crimes e mais de 100 milhões de
assassinatos. Simplesmente eu não entendo como é que os bispos do regional sul,
quando ouviram estas fortes admoestações do Santo Padre, não partiram para
imediata revisão de seus conceitos.
ü
Enfim, outro broto rebelde desta heresia brutal fez nascer este exército de
pastorais inócuas, que mais parecem secretarias de uma prefeitura e
que fez dos padres um administrador de caixa, quando maior a arrecadação
melhor o padre. Com isso a catequese na maioria das paróquias virou um lixo,
porque se ensina cidadania e ecologia, ao invés de Eucaristia e Maria. E assim
se pode dizer: quanto pior a catequese, pior o padre!
ü
Bem, este o quadro da "igreja latina" do "documento de
aparecida" - perdão Mãe o minúsculo é para o conteúdo dele - que sem
dúvida já está separada de Roma. Aliás, o documento de aparecida, em síntese é
tão flagrantemente contrário à Doutrina da verdadeira Igreja Católica - a
de Bento XVI - que ele pode simbolizar o documento da RUPTURA, até porque ali
estava sendo dada para a Igreja a última chance de unidade. E aparecida não
somente desperdiçou esta chance, como cuspiu nela.
ü
Não somente o Brasil, mas toda a América Latina e o Caribe,
tremerão um dia de alto a baixo, rachados em milhares de escombros, tudo
por culpa desta má igreja latina, voltada para o mundo, os problemas sociais,
os marginalizados do bom coxo, isso quando os grandes marginalizados são os
distantes de Deus. Levem as almas para Deus, e Ele encherá
de finos manjares todas as mesas.
Fonte: Recados do Aarão